A investida recente do governo de usar os bancos oficiais, Caixa e Banco do Brasil, para desencadear um movimento de corte nos juros ao consumidor e provocar migração de clientes entre instituições financeiras, na expectativa de trocar uma dívida cara por outra mais barata, teve até agora pouco resultado prático.
"O crédito continua muito travado. Não sentimos os efeitos do corte nos juros. O discurso é mais bonito do que a prática", afirma Jorge Letra, copresidente da Dicico, rede de 55 lojas de materiais de construção.
O empresário tem fortes argumentos para avaliar a falta de impacto do corte dos juros dos bancos oficiais nas vendas. É que a sua rede tem um cartão próprio compartilhado com o Banco do Brasil. Além disso, o Construcard, o cartão da Caixa usado para parcelar a compra de material de construção, é um importante instrumento de financiamento das vendas.
"No cartão da Dicico, a restrição do crédito continua a mesma dos últimos meses", diz Letra. E o corte dos juros não aconteceu relata o executivo. Tanto é que, para driblar a falta de crédito, as vendas por ocasião do Mega Feirão, que a empresa realiza desde quinta-feira e vai até quarta-feira, poderão ser parceladas em dez vezes sem juros em todos os cartões de crédito. "Estamos dando o crédito por conta própria."
fonte: diario de natal
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