O Grupo Ultra, por meio da marca de sua postos de combustíveis Ipiranga, acertou a compra de 100% da rede de postos de combustíveis Ale, a quarta maior do setor no País, por R$ 2,17 bilhões. A empresa, comandada pelo empresário Marcelo Alecrim, detinha pouco mais de 3% do mercado brasileiro e vai ajudar a Ipiranga, a atual vice-líder, a ficar mais próxima da primeira colocada, a BR Distribuidora, da Petrobrás.
Segundo apurou o Estado, o empresário Marcelo Alecrim deverá permanecer no negócio por pelo menos mais um ano, ajudando na transição da Ale para a Ipiranga. A rede montada por Alecrim e seus sócios contabiliza hoje cerca de 2 mil postos de combustíveis, que agora serão unidos aos mais de 7,2 mil que carregam a marca Ipiranga. Em 2015, a Ale teve receita de R$ 11,4 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amoritzações) de R$ 275 milhões.
Bem menor do que as três primeiras colocadas no ranking de distribuição de combustíveis no País (BR Distribuidora, Ipiranga, e Cosan, dona da marca Shell), a Ale era uma “candidata” à incorporação havia anos. A empresa chegou a ser negociada em diversas ocasiões ao longo dos últimos três anos. Antes de ser incorporada, a Ale ganhou musculatura ao adquirir outras pequenas redes de combustível com operação no País, entre elas a Polipetro e a Repsol.
Segundo o mais recente ranking de distribuidoras de combustíveis divulgado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o ano de 2015, a BR Distribuidora detinha 27,72% do mercado brasileiro de venda de gasolina, seguida pela Ipiranga (20,8%), Raízen (19,6%) e Ale (5,2%). Com a incorporação da Ale, a fatia da Ipiranga subiria para 26% e ficaria bem mais próxima da apresentada pela controlada da Petrobrás.
Em óleo diesel, segundo apresentação divulgada em março, a BR Distribuidora liderava com 37,2% do total, seguida de Ipiranga (22,9%), Raízen (18,9%) e Ale (2,8%). Em etanol, a participação, as três primeiras colocadas são BR, Raízen e Ipiranga, com as seguintes fatias: 20,4%, 19,5% e 19,3%.
Dívida. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa que o valor a ser pago aos vendedores terá a dedução da dívida líquida da Ale em 31 de dezembro de 2015 (de R$ 737 milhões) e será sujeito a ajustes de capital de giro e endividamento líquido na data do fechamento da transação.
A consumação do negócio está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela assembleia de acionistas da Ultrapar, ainda a ser convocada. Dada a pulverização do setor de combustíveis no País, a Ultrapar afirmou não esperar enfrentar barreiras concorrenciais para a aprovação do órgão regulador.
Além de as três principais empresas do setor continuarem a apresentar participação bastante semelhante no mercado, mesmo com a incorporação da Ale pela Ipiranga, a maior parte dos postos de combustível no Brasil ainda é de “bandeira branca” (ou seja, sem marca).
ESTADÃO
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