As movimentações nos bastidores da política executados pelo governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, continuam com os holofotes voltados para si. A mais nova avaliação neste sentido gira em torno da disputa pela presidência da Câmara.
De acordo com Dora Kramer, em sua coluna no Estadão, Eduardo estaria atuando para melar o rodízio acordado entre PT e PMDB me toro do comando da Casa. Segundo a colunista, o socialista não estaria se movimentando juntos aos 32 deputados do partido quanto a retirar a candidatura de Júlio Delgado.
Eduardo estaria, ainda, tentando convencer Gilberto Kassab a liberar os 50 deputados da bancada do PSD a abandonar o compromisso com o rodízio e votarem conforme acharem melhor.
Caso Kassab aceite a sugestão do PSB, o acordo que asseguraria a vaga ao peemedebista Henrique Eduardo Alves, corre sério risco de ficar pelo meio do caminho. E a situação de Kassab também acaba indo para a corda bamba. Com o PSB fazendo pressão, o PSD fica entre a cruz e a espada: caso ajude a eleger Eduardo Alves contraria os interesses do PSB e caso fique à parte da disputa – como deseja o socialista – terminará desagradando o PMDB.
Na avaliação da colunista, a movimentação seria uma espécie de ensaio para avaliar a reação do Palácio do Planalto. Caso o Governo se empenhe em fazer valer a regra do rodízio, Eduardo poderá entender como uma sinalização para que haja um distanciamento do PSB junto ao Governo.
A situação tende a ficar ainda mais complicada quando se observa que o PSDB estimula a candidatura por meio do senador Aécio Neves, atiçando os interesses de Mário Lacerda que tem interesse em um racha na base governista. Dora Kramer avalia, ainda, que existem divergências internas sobre o assunto dentro do próprio PT.
Apesar de oficialmente os petistas manifestarem interesse na manutenção do acordo, existem candidatos da legenda à vice-presidente da Câmara, uma ala do partido não vê com bons olhos entregar o comando da Casa a um outro partido, mesmo que este seja integrante da base aliada.
Prevalecendo o critério da maior bancada, o PMDB já terá sob seu controle o Senado e, caso fique com a Presidência da Câmara, terá em suas mão o controle de todo o Congresso Nacional, além da vice-presidência da República e uma série de ministérios. E aí é que residiria a aposta do PSB, que argumenta que diante deste cenário seria interessante ao Governo esvaziar a candidatura de Henrique Eduardo Alves.
Com isto o recado fica explícito. Além de minar as chances do PMDB, a situação deixa claro que não existe uma aliança firmada em torno de 2014.
O teste da Câmara seria neste caso uma variável a mais no processo em andamento de viabilizar a candidatura de Eduardo Campos nas próximas eleições presidenciais.
Fonte: São vicente em Foco