Por VEJA
Recorrer aos smartphones para decidir o que, onde e como comprar tem se tornado uma prática cada vez mais comum no Brasil.
É o que mostra uma pesquisa feita pelo Google divulgada nesta terça-feira. Em um ano (de maio de 2014 para o igual mês de 2015), houve um aumento de 112% no número de acessos a internet por meio de aparelhos móveis no Brasil. Segundo o gigante da tecnologia, as taxas de conversão via smartphone, quando o consumidor fecha a sua compra pelo dispositivo, aumentaram 74% no mesmo período.
“Não entramos mais na internet. Vivemos nela. Os smartphones viraram um ambiente de negócios. Isso ainda não é muito explícito, mas estamos trabalhando para que as empresas e as marcas entendam esse fenômeno”, afirmou o presidente do Google Brasil, Fábio Coelho, reforçando a importância de os empresários brasileiros buscarem surfar nesta onda.
A mudança no comportamento do consumidor está ligada à proliferação de smartphones entre os brasileiros. A quantidade de aparelhos conectados pulou de 10 milhões em 2010 para 93 milhões em 2015. “É um mundo de pessoas conectadas o tempo todo. O que podemos fazer com isso? Interpretar o consumidor por meio dos momentos nos quais ele se conecta com a gente”, disse Coelho, durante a apresentação dos dados.
Segundo o estudo, 80% dos donos de smartphones no país usam os aparelhos para pesquisar sobre a compra de um produto ou serviço.
O Google esmiuçou esse dado para especificar como cada consumidor age em sua consulta ao mobile: 74% dos usuários recorrem aos aparelhos para pesquisar sobre um determinado produto dentro de uma loja; 69% pegam o celular no meio de uma conversa para obter mais informações sobre algo que foi dito; e 65% usam o dispositivo para conhecer mais sobre uma mercadoria que viram em um comercial de televisão.
A pesquisa foi feita entre junho e agosto deste ano com mais de 1.200 usuários de smartphones, pertencentes às classes A B e C das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.
O presidente do Google ainda afirmou que, dada a atual situação econômica de alta inflação e avanço do desemprego, o brasileiro tem pesquisado mais antes de comprar o que deseja. “O bolso apertado faz as pessoas procurarem soluções mais inteligentes”.
Segundo a pesquisa, o tempo médio de visita do internauta brasileiro a uma página na internet é de 4 minutos, o que representa uma queda de 9% em relação a maio deste ano e o mesmo mês de 2014. Isso significa que o internauta está se deslocando de um site para outro mais rapidamente, diz Coelho.
Segundo ele, diferentemente de usuários de outros países, o brasileiro é “hiper social”. Ou seja, ele gosta de compartilhar a sua experiência com outras pessoas, gravar o que viveu ou consumiu – daí o sucesso das redes sociais no país.
Segundo estudo, houve um aumento de 72% de buscas no YouTube relacionadas a videos de “como fazer” determinada coisas. Exemplos: Como preparar um bolo, consertar uma pia ou fazer uma boneca.
No pimeiro semestre deste ano, mais de 2 milhões de horas desse tipo de conteúdo foram assistidas no Brasil – metade delas por meio de dispositivos móveis.